sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Discussões na Kombi - sobre outro mundo possível

Na Kombatente, no dia 7 rolou um papo bem cabeça, refletindo desde a organização das PJs, até a séria problemática ambiental. Abaixo segue um resumo das reflexões:

 

IGREJA

É preocupante o avanço do pentecostalismo. Inclusive dentro de nossa Igreja, algumas correntes pentecostais têm crescido.

Cresce porque se adapta facilmente à ideologia capitalista: individualismo (é eu e Deus, a comunidade não importa) e busca material (Deus vai me ajudar a conquistar o que quero).

Por outro lado, muitas correntes da Igreja (e da PJ) buscam focar na luta social, às vezes esquecendo as etapas de crescimento do cristão (e, falando da PJ, pulando etapas no Processo de Educação na Fé.

 

SOCIEDADE

Há uma crise das instituições. De modo geral, não se coloca muita fé na mudança social por meio das instituições. A esquerda, no poder, não pôde fazer a mudança esperada. E muitos militantes de esquerda acabam agindo como "capitalistas frustrados", buscando não uma mudança estrutural, mas a conquista material para si e para os seus.

Uma sociedade diferente não pode ser baseada nas coisas materiais, mas sim no lado humano. Se apenas distribuirmos riqueza, não se construirá o Reino de Deus.

Por isso, o cristianismo é tão bom. Voltando às origens e olhando para o exemplo de Cristo, vemos um jeito fantástico de ser sociedade: olhando para o próximo, organizar-se em pequenas comunidades, valorizar a vida acima de tudo.

Apenas uma revolução que concentra poder no Estado não resolve. É preciso participação social. Por isso, talvez o caminho seja a criação de "pequenas comunidades socialistas", onde a partilha e a comunhão estejam presentes no dia-a-dia e haja construção coletiva do rumo da comunidade.

 

EDUCAÇÃO

Se todos tivessem mestrado, por exemplo, o mundo seria melhor? Talvez não. E talvez não seja necessário botarmos tanto peso na educação formal, mas criar espaços alternativos de educação popular.

Na educação popular (baseada principalmente em Paulo Freire) há a visão do PROCESSO, de ajudar cada pessoa a ir descobrindo e assim aprendendo. Contrapõe a educação tradicional predominante nas escolas, onde os que "sabem", os professores, despejam informações para ver se os que "não sabem", os alunos, aprendem algo.

Com a educação popular, desenvolve-se o senso crítico das pessoas e acontece o 'apoderamento' da pessoa, pois ela tem mais condições de ser protagonista de sua história.

 

CATÁSTROFE AMBIENTAL

Infelizmente, caminhamos para uma catástrofe no planeta, causada pela utilização excessiva dos recursos naturais. Se o que já foi destruído já é suficiente para muitas conseqüências, é triste perceber que a destruição só aumenta e, apesar de tudo que já se sabe sobre as conseqüências, quase nada de efetivo está sendo feito.

Daqui a 15 anos, estaremos em umas 9 bilhões de pessoas no mundo. estima-se que cada uma consumirá, em média, 30% a mais de energia que hoje (elétrica, combustíveis, alimento...). Como pode o mundo suportar?

Diante da catástrofe que provavelmente virá (e já está acontecendo, com falta de água, furacões, enchentes...), 2 alternativas principais:

1) O mundo vira um grande campo de batalha, na luta pelos recursos naturais que restam. E grandes fluxos migratórios de pessoas buscando fugir das secas, fome e tudo mais;

2) A união das humanidade que, percebendo a cagada que fez, dá as mãos para mudar a situação.

Gostaríamos de sonhar com a opção 2, embora a realidade nos aponta a opção 1 como mais provável.

No livro "A vingança de Gaia", referência na questão ambiental, o autor defende a idéia de que a Terra é um ser-vivo, portanto dinâmico. Por isso, ela buscará se livrar de seu maior destruidor.

Será uma pena: o ser humano, obra-prima da criação, cavar a própria cova. É uma pena que o jardineiro fiel interpretou errado sua função de cuidar e se achou dono do jardim.

Há muitas ações de conscientização ambiental. Mas enquanto o centro for o dinheiro e não a vida, é como jogar água dentro de um cesto: ficam apenas algumas gotas.


E as discussões seguem na Kombatente, buscando entender melhor esse mundo e buscando "outro mundo possível'.

2 comentários:

  1. Olá combatetntes, esse tópico é muito extenso pelo grande número e discuções que pode se chegar. Mas uma coisa não há dúvida, e o mundo agora não é justo e a maneira que está estruturado realmente valoriza e caracteriza o homem como consumidor. Fico muito chateado ao ver na tv (globo) por exemplo um grande destaque para perdas materiais nas enchentes enquanto que a morte de uma pessoa está em segundo plano. Absuurdo que muitas vezes passa despercebido aos olhos adestrados. Adestramento que aprendemos muito bem atravéz da educação, da família dos meios de comunicação da igreja não é mesmo!!??!! Segundo Marx o capitlismo não se sustenta e cria condições para o povo se unir e lutar por uma sociedade mais igualitária humana...social.....não é mesmo? Por isso esse trabalho das PJs são muito vaálidos, apesar de eu desconher, acredito que a união das pessoas realmente pode mudar as coisas. Uma coisa que voces poderiam procurar ou ficar meio que atentos nas cidades em que passam é sobre as cooperativas. uma idéia só pra acrescentar na aventura que tem motivos tão nobres.
    aquele abraço a todos.

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  2. É isso aí pessoal, o Rodrigo já conhece minhas opiniões sobre os temas acima, principalmente educação e sociedade, mas espero (e creio q vcs tbm) que os eventos que irão participar produzam algo de concreto para resolver esses impasses, pq de blábláblá já chega o que vem dos meios existentes e dos q estão no poder, tentando invarialvelmente maquiar a realidade que está aí. Abraços!!!

    Lucas

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