terça-feira, 22 de setembro de 2009

35º dia [05/02/09] Rumo a São Paulo!!

GOIÂNIA, CIDADE LEGALE!!


Tomamos café-da-manhã na CAJU.
Depois, uma foto na frente deste importante Centro de Juventude, na companhia de Alessandra, Rezende e Lourival (parte da equipe da CAJU).

O Rezende disse algo como: "Ai que inveja de vocês... eu gostaria de fazer uma viagem dessa..."

Lourival mandou abraços pra Elena (nossa Secretária Regional das PJs até junho/09). Êita muié famosa... Por onde passamos, tem pejoteiro mandando abraços...

Antes de sair, nosso desinibido Dani já foi se oferecendo para fazer estágio na CAJU, quando chegar a hora do estágio em seu curso de Serviço Social... :)

Eram aproximadamente 9h quando o motor da Kombi Kombatente voltou a roncar!! É hora de pegar a estrada novamente.

Conseguimos sair com facilidade de Goiânia. É uma das poucas cidades grandes que passamos cujo trânsito é fácil.

Na Kombi, conversávamos que deve ser uma cidade legal pra morar. A Lila achou que gostaria de viver ali. Goiás nos pareceu um estado parecido com o nosso (relevo acidentado, sem muito latifúndio...).



MAMÃES E PAPAIS, NÃO SE PREOCUPEM!! TAMO CHEGANDO...

Ao meio-dia, minha mãe ligou. Estava preocupada. Os pais da Iva também (tinham ido lá em casa atrás de notícias). Nem todos os filhos são dedicados como a Lila, que dá notícias quase todo dia. Meu meio de comunicação com meus pais era basicamente este blog, que nem sempre eu conseguia atualizar logo. Às vezes eu ligava... O Tonho falava com o irmão dele por MSN. Dani com a prima. Iva mandava mensagem pro povo da casa onde ela mora, pra avisarem.

Bem, voltando à ligação da minha mãe. Parte da conversa foi mais ou menos assim:
RODRIGO: "Hoje dormiremos em Penápolis. Amanhã em Maringá e sábado chegamos em casa!"

MÃE: "Ah, que bom! Querem que a gente providencie algo? RBS? Churrasco?"

RODRIGO: "Só o churrasco tá bom"

Mee, que legal! Depois de tantas (como diria o Tonho) "aventuras gastronômicas" na viagem, vai ser sensacional um belo churrasco feito pelo meu pai. Humm... já dá pra imaginar aquele lombinho de porco bem passado...

Daí a Lila ligou pra sua casa (não deve ser barato ser filha exemplar: acho que gastou mais em telefone do que com o restante da viagem... hehe):

LILA: "Vamos dormir em Iporã. Daí vocês podem ir me buscar no domingo de manhã"

HIGINO (PAI DA LILA): "Sim, ali pelas 5h da manhã" (hihi)



QUERO UM ABACAXIIIIIIIIIII!!!!



Seguindo viagem, encontramos umas barraquinhas de venda de abacaxi na beira da estrada. Os olhos da Iva brilharam. Sutilmente, disse que queria. Não demos muita bola (especialmente o Tonho, motorista do momento).

As barracas passando... passando... várias delas. Aproximando-se de mais uma, a Iva pediu. O Tonho disse "paramos na próxima", postergando pra não parar. No fundo, sabíamos que poderia ser a última.

E não é que era? Passando aquela, foram-se as vendas de abacaxi, para a tristeza da Iva :(

Chegamos a cogitar fazer o retorno. Mas resolvemos seguir em frente.

A Iva protestou: "Prometeram sorvete. Não tomamos. Agora nem abacaxi".

Eu falei que ela não precisava pedir tudo, como se fosse pedir pro pai e a mãe. Ela era livre e poderia comprar. Ela disse que não era isso: estávamos num conjunto, numa comunidade. A proposta era trabalharmos o coletivo. Por isso ela abria mão de vontades individuais em prol do coletivo.

Isso me fez refletir. Acho que a Iva foi a que viveu melhor o espírito coletivo, dentre nós 5.



Mais à frente... pra alegria de todos (especialmente da Iva): ABACAXI!! Mais uma venda :)

Ela disse que já não precisava (mas no fundo queria). A Lila desceu pra pechinchar e comprou 3 por R$ 5.



CONVERSAS E CONVERSAS



Seguindo, tivemos altas idéias na Kombatente:

> a partir das experiências positivas relatadas por pejoteiros na viagem, nos interessamos pelo CDL (Curso de Dinâmica para Líderes, organizado pelo CCJ - SP). Lila e eu pensamos em aplicá-lo em alguma paróquia da diocese, como teste. Se der certo, replicar. Pode ser um bom instrumento de formação paroquial;

> Ofício Divino de Juventude: arrumar um jeito de trabalhar melhor ele. Aprender mais sobre;

> CDL Musical (realizado pelo CCJ em São Paulo). Seria interessante fazer algo assim, prs jovens que tocam violão aprender melhor os cantos pastorais.



Tivemos hoje um fato raro na Kombi: o Dani de co-piloto!! Ele sempre prefiria ficar no banco de trás. Às vezes a Iva ia na frente. Mas normalemente era a Lila mesmo, a co-pilota oficial!!

Bem, com o Dani de co-piloto e o Tonho de piloto, sobramos nós 3 atrás: Iva, Lila e eu. Eu com a moça!! :D

Eu (à direita), deitado no colo da Lila (que tava no meio) e a Iva (à esquerda) ficamos conversando.

Na conversa, surgiram aspectos interessantes sobre nossos comportamentos: a partir das partilhas da Iva, percebemos (Lila e eu) que às vezes somos autoritários. Eu fui até rude em algum momento durante a viagem (quando estava nervoso). A Iva, por seu jeito, acaba sendo mais passiva, ficando calada. Daí não percebíamos.

Cada um temo o seu jeito de ser. A Lila e eu, mais pragmáticos. Querendo ver as coisas acontecer, muitas vezes não fomos lá tão democráticos. A Iva já tem um perfil mais indeciso... Requer mais paciência para ser ouvida quando quer tomar decisões. Como nem sempre tínhamos essa paciência, às vezes decidíamos logo e tratorávamos as opiniões dela...


CHEGADA EM PENÁPOLIS - SP


Chegamos em Penápolis em torno das 20h. Ainda estava claro (horário de verão)
Logo na entrada da cidade, paramos a Kombi Kombatente e fomos ao orelhão, contatar nosso "buscador".
Logo chegou o Rafael e sua moto. Não o conhecíamos. Tínhamos feito contato com o Lucas (coordenador diocesano da PJ, que conhecemos em Natal), e o Lucas chamou o Rafael.
Com o "batedor" à frente, dirigimo-nos até o centro de Penápolis, mais especificamente a um colégio. Estacionamos no pátio interno e logo fomos muito calorosamente acolhidos pelas Irmãs Franciscanas do Sagrado Coração de Maria. Uma delas, em tom de brincadeira, logo perguntou: "Vocês não têm pai, mãe, irmãos? Como eles deixaram vocês fazer uma loucura desta?".
As irmãs foram muito legais. A Lila até se empolgou pra ser irmã também... kkkk. Ainda mais sendo franciscanas (a Lila tem uma admiração especial por São Francisco).
Numa dessas, numa das apostilas de cifras da Lila, apareceu a música "Que pesca que nada", do Bruno e Marrone. Considero essa música excessivamente machista (afinal, fala de traição como sendo uma coisa legal e coloca a mulher como quem atrapalha). Assim, como forma de protesto, arranquei a folha da apostila. A Lila me olhou espantada. Aí amassei a folha. Aí ela ficou braba. Não gostou da minha atitude.
Começamos a argumentar e contra-argumentar. Eu dizendo não estar arrependido, pois tirando essa música daí impeço que ela seja reproduzida e, junto com a música, o pensamento que ela representa. A Lila disse não concordar com minha atitude pois, mesmo a música sendo machista, representa uma história. Ela quer que essas apostilas permaneçam por muitos anos, e que ela possa mostrar pros seus filhos as músicas que se cantava em nossa época, inclusive essa machista.
O Dani e a Iva concordaram que a música é machista, mas disseram que eu não tinha o direito de arrancar a página da apostila dela.
O Tonho, de modo muito cômico, inciou um descontraído julgamento, fazendo o papel de juiz e ouvindo ambas as partes. Isso foi quebrando um pouco o clima.
Fui refletindo. Percebi que aquelas apostilas de cifras têm um valor sentimental muito grande para a Lila, que adora música. Me arrependi. Meu ato de protesto não tinha por objetivo prejudicar ninguém. É que essas músicas me indiguinam.
Aos poucos a situação normalizou e a alegria voltou a reinar no quarto!
Após tocarmos muitas das músicas das apostilas, guardamos os violões. Sentamos num círculo (uns numa cama, outros no chão) e ficamos conversando.
Foi uma das conversas mais legais da viagem. Afinal, já estávamos bem ligados, depois de mais de 30 dias viajando juntos. Falamos sobre nossas vidas, sobre coisas muito pessoais. Grandes partilhas de vida que foram até às 3h da manhã.
Antes de dormir, na ida pra escovação dental, no abraço de boa-noite que dei à Lila, pedi desculpas pela página rasgada. Ela aceitou as desculpas e disse que isso também lhe fez refletir.
Fui dormir feliz.