quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

7º dia [08/jan] Que que deu na Kombi III - mas não desanimemo

O objetivo de hoje era claro: levantar cedo, andar bastante e vencer até o fim da tarde os 850 km que nos separam de Alagoinhas (BA), onde temos pouso com o povo de Taizé (contato com a Kléo, que esteve por 4 meses na Diocese de Chapecó em 2006, na preparação para a Jornada da Confiança).

Para isso, a primeira tarefa do dia era levantar cedo, muito cedo. Fizemos isso, mas com certo atraso. Era pra sair às 5, saímos da pousada às 5h40. Mas tudo bem.

Logo o dia já clareava, por causa do horário não ser de verão. Mas a cidade dormia.

A Iva filosofou: "isso é uma contradição: o pov

o bahiano gosta de dormir e o sol nasce às 5 da manhã."

 

Para sair da cidade e pegar a rodovia, não tinha muitas placas. Como o Tonho tava no volante, fomos rodando até achar a dita rodovia pois, como lembrou a Liége, "o Tonho nunca pede informação".

 

Uns 80 km depois, quando eu deitava minha cabecinha sobre o travesseiro, no colo da Iva, para dormir, a Kombi começou a falhar e a "barulhar": ték ték ték ték ték...

Imediatamente, o motorista Tonho encostou para vermos o que era. Nada estava visível, o barulho vinha de dentro do motor. Eram 7h15.

Tínhamos a

cabado de 

passar o povoado de Água Doce, há uns 2 ou 3 km. Por medo de piorar a situação, achamos mais sensato não ir de Kombi até lá.

Então, o Dani e eu resolvemos apelar para nossa irresistível beleza e pedir carona. Algumas tentativas depois, passa caminhão, passa carro, e passa a

 esperança. Resolvemos ir a pé até lá.

Uns 30 ou 40 minutos depois, chegamos ao pequeno povoado (pequeno mesmo, com uns 500 metros de construções dos 2 lados da rodovia). Casas bem simples, povo bem tranqüilo, num ritmo de vida muito diferente do nosso (o que não quer dizer que estão errados. Apenas diferentes).

 

Logo encontramos um mecânico, o seu José. Fomos com o carro dele até a Kombi.

Ao chegar, ele fez as seguintes falas:

ZÉ: faz funcionar, por favor

KOMBI: vrrrr ték ték ték ték...

ZÉ (1 segundo depois): desliga, desliga! É problema na biéla. Tem que abrir o motor. Só em Barreiras.

 

Pronto. Fazer o quê?

Sifu... Bem que fomos BASTANTE avisados, de que o motor (coitado) poderia não suportar tamanha carga. Mas ele güentou bem mais do que muitos apostavam: quase 3.000 km sem encher o saco.

 

Então o Tonho e eu pegamos carona de volta para a vila Água Doce, para procurar uma mecânica e ligar pro seguro.

O José, mecânico, foi bem legal conosco e nada cobrou.

 

1º desafio: achar uma lista telefônica para "campear" uma mecânica boa em Barreiras (porque o seguro normalmente pede já pra onde vamos).

Pedimos num boteco se tinham lista. Não tinham. Indicou irmos no posto telefônico, que estava fechado e deveria abrir às 8h (eram 8h02). Ficamos uns 5 minutos esperando, mas não abriu. Como esperar sem saber se vai valer a pena não é nosso forte, fomos procurando até que encontramos um pequeno comércio que nos emprestou uma lista telefônica.

Tínhamos ainda a idéia de tentarmos ir pra Ibotirama, para conseguirmos ir adiante (e não precisar voltar os quilômetros já percorridos desde Barreiras). Um "aguadocino" disse que Ibotirama deve ter umas 70 mil gente morando. Grandinha, portanto. Mas na lista não tinha nenhuma retífica, e só 4 mecânicas. Pra garantir, o melhor e mais sensato era ir pra Barreiras mesmo.

Selecionamos então o telefone de umas mecânicas de lá pra ligar.

 

Saindo do comércio, andamos uns 50 metros em direção ao orelhão. Chegando lá, o Tonho começou a procurar a caneta, caso fosse necessário anotar algo. Não estava na prancheta, nem nos bolsos, nem no orelhão. Conclusão: ou caiu no caminho até o orelhão, ou ficou no comércio.

Então voltaram os 2 tongos fazendo o trajeto de volta até o comércio, olhando pro chão que nem piá que perdeu a moeda de 25 centavos que ganhou da vovó.

A busca não logrou êxito e, chegando no mercadinho, também não tava por lá. Já estávamos prestes a comprar uma nova quando um senhor que tava no mercado disse pro Antonio: "não é essa que tá na sua orelha?"

Tóionhoin...

 

Ok, canetiados, volvemos ao telefone público. Mas nosso cartão telefônico do 14 foi recusado pelo orelhão malvado, assim como nosso cartão do 15 (não do PMDB, mas da Telefonica).

Tentamos ligar à cobrar pras mecânicas, mas nenhuma aceitou.

Então fomos pra outro orelhão, no outro lado da rodovia, mas deu o mesmo

 problema. Então começamos a pensar que poderia ser problema dos cartões, e passamos a procurar um cartão da Telemar (31) para comprar. Alguns 5 comércios que disseram (aqui não tem cartão) depois, fomos para o 3º orelhão. E nesse, uma boa notícia: nossos cartões foram aceitos =D iupii. Já estávamos a meia hora só tentando fazer uma ligação. Contudo, alegria de Kombatente às vezes dura pouco: os botão do orelhão não quiseram colaborar e não funcionavam.

Fomos para o último orelhão do vilarejo, e esse nem ligava.

 

Sem como ligar para as mecânicas, o jeito foi ligar direto para o 0800 do seguro, guinchar a Kombatente até Barreiras e procurar uma mecânica lá.

Outro pequeno problema: o 0800 do seguro tem menu automático, do tipo "para assistência 24h, reboque, guincho... tecle 4". Mas o orelhão é analógico (daqueles que, quando vc aperta um botão, não faz "bip", mas "trrrrrrr"), e a ligação caía. Após 2 tentativas, liguei para outro 0800 do seguro, utilizado para quem quer contratar novos seguros, e deixei a moça a par da situação (moça, tamo no meio do nada, os orelhões são analógicos, não pega celular, e preciso pedir um guicho), implorando ajuda. Ela abriu uma exceção, ligou pra assistência 24h e me transferiu a ligação.

Guincho solicitado, juntamente com o táxi para os Kombatentes, voltamos ao local da tragédia. Chegamos lá ali pelas 10h (portanto, 2h depois de termos saído).

 

Ficamos na Kombi nos protegendo do solão, comendo bolacha e esperando o guincho.

 

Apesar da possível gravidade do problema, ainda ninguém se arrependeu de ter vindo.

Sabíamos dos riscos disso ocorrer, e "quem tá na chuva pode se molhar". Aventura é aventura.

Por outro lado, apesar do risco de problemas mecânicos é alto, o risco de acidentes é baixo, pois vamos devagar e com cuidado, ultrapassando pouco.

 Podemos tar na merda, mas muito bem vivos.

 

Uns 40 minutos depois, chegou o táxi. Ou melhor, os táxis. Não sei porque, mas a mulher do seguro entendeu que precisaria de 2 táxis para levar nós 5, mas eu disse pra ela que um poderia ir na Kombi.

Dali a pouco o guincho veio, e fizemos nosso 2º carregamento de guincho na viagem. Já tamo pegando o jeito...

Se perdermos o emprego na volta pra SC, podemos buscar alguns empregos alternativos: operador de guincho, violeiro de bodega, fotógrafo, missionário, mecânico de carro véio, motorista de transporte escola, guia turístico...

 

Na vinda para Barreiras, no táxi, o Tonho conversava com o motora e, pap

o vai, papo vem, veio à tona que somos da Igreja.

Então o taxista levou a gente para a mecânica do seu Assis, que é super engajado na Igreja local, e será diácono. Ficamos mais felizes quando soubemos que sua filha, Samara, é coordenadora paroquial da PJ.

Como já era meio-dia, não dava mais tempo de olhar a Kombi de manhã. Então a Samanta articulou casas pra gente almoçar e dormir.

2 comentários:

  1. aee 1 postagem
    to rindo muito aqui, inveja dessa aventura hein
    vo compra uma kombi amanha rsrsr
    sensacional
    vamos la galera "que a força esta com voces"
    uma boa viagem ai e to no aguardo ou melhor na espera da proxima leitura
    abraço a todos e boa viagem

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  2. acho que tá faltando um pouco de humor negro por aki, vocês são muito positivistas!!!!! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    olha, eu acho que vocês tem que ir de guincho em guincho e ponto final! rsrsrsrsrsrs

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