quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

32º dia [02/02/09] Pelo Pará

Levantamos muito animados. Tomamos banho e pegamos a estrada às 7h.
Porém, ainda sentimos muito as fotos que foram perdidas.
Mas que nada. Vamos seguindo felizes, muito porque estamos no caminho para casa. É uma emoção em diferente da ida. Principalmente no caminho a Natal, tudo era novo. Então o ânimo da viagem vinha da descoberta, das novas aventuras, de arrumar meios para superar os obstáculos. Agora, não há muitas dificuldades e as novidades já não são muito comuns. Conhecemos as paisagens (só o estado de Tocantins a gente ainda não tinha passado) e boa parte da estrada. Então, o que nos anima é a proximidade de casa. Mesmo estando há mais de 2.000km, já nos sentimos quase em casa. Ainda saboreamos a viagem, mas é muito bom voltar pra casa.

ALGUNS ACONTECIMENTOS DO TRECHO

Com o calendário, olhando que dia chegaremos em casa. Rodrigo pegou um calendário em espanhol e foi falando os dias da semana, a partir das iniciais do calendário: “lunes, martes, miércoles, jueves, viernes, sabadoles e domingoles”. Ok, ok, foi forçado, mas foi engaçado.

Num posto, um vendedor de lâmpadas de farol tentou negociar com o Tonho:
VENDEDOR: “olha, tenho uma lâmpada muito boa aqui, pro farol”
TONHO: “nós não viajamos de noite amigo”
VENDEDOR: “mas aumenta em 30% a luminosidade”
TONHO: “amigo, nós não viajamos de noite”
VENDEDOR: “vamos trocar os faróis”
TONHO: “amigo! Só viajamos de dia!” (o que o Tonho pensou em dizer não posso publicar).
Tem gente que não tem simancol (ou, como diria o Tiago, desconfiômetro. Não desconfia que não tá agradando).

PARADA EM IMPERATRIZ

Como sempre, os horários de alimentação são aleatórios: tomamos café às 10h e almoçamos às 15h, já em Imperatriz (MA), na casa da mãe do Johnson (que é da Coordenação Nacional da PJ). Ela já nos aguardava com o almoço pronto desde o meio-dia.
De bucho cheio, andamos meia quadra e fomos alojados numa casa da comunidade, ao lado da igreja.
Aproveitamos o tempo livre para lavar a roupa suja. Não era pouca. Afinal, há uma semana não lavávamos. Pena que, até que toda a roupa estava limpa, o Sol já estava sumindo. Logo deu um pancada de chuva e tivemos que transferir os varais para dentro.
Aproveitamos o raro momento de ócio para olhar a internet, armar a rede e deitar um pouco, tocar violão...
Banhados, fomos para a cada da família do Johnson, pra janta.

NOITADA COM O POVO IMPERATRIZNENSE

Voltando para nosso alojamento, transferimos novamente as roupas para o pátio, na esperança que o vento seque alguma coisa. Dali a pouco vieram alguns jovens da comunidade para partilhar a noite conosco (do grupo de jovens, da banda “Flor de Mandacaru” e da família do Johnson). Fizemos pipoca, mate-doce e eles nos compraram um gonócio super-gostoso chamado “guaraná da amazônia” (feito com açaí, guaraná, amendoim e outras coisas. Parece um milk-shake do Bob’s, mas muito mais gostoso).
Ficamos até meia-noite conversando, tocando violão e contando piadas. Surgiu até uma disputa cômica entre o povo do Maranhão, contando piadas de gaúcho, e o Tonho que, nascido no Rio Grande, improvisou umas piadas de maranhense para contra-atacar.
Muito nos alegrou a promessa do Hildo (que toca violão na banda Flor de Mandacaru) de cifrar as músicas que tão no CD deles e mandar pra gente. São músicas que não conhecíamos, bem legais para nossa caminhada de PJ.

PARADA EM SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA?

A Fabi (Gonçalves, de Rio do Sul), pelo MSN, sugeriu a gente parar em São Félix do Araguaia, conhecer D. Pedro Casaldáliga e a galeria dos mártires. Olhei a distância, e não fica tão fora de rota. O Tonho e a Lila se preocupam com o atraso de mais um dia. O Dani e a Iva ficaram interessados, assim como eu.
Vamos ver amanhã.

DORMIR

Fizemos assembléia para ver se deixaríamos a roupa secando ao vento o se recolheríamos, com medo de uma possível chuva. Para evitar a fadiga, e na esperança de que secassem, deixamos lá fora.
Enchemos os colchões infláveis e, pro Dani, armamos a rede. Fomos dormir perto da 1h, para acordar às 4h e pouco.

2 comentários:

  1. Levaram os equipamentos e os arquivos armazenados, mas não furtaram o aprendizado e a força de viver que vcs têm, modelo para nossa juventude!

    Força Kombatentes!

    A estrada continua e, ainda que o trecho seja conhecido, nunca é mesma. Basta olhar com alegria para ver o novo e descobrir como é bom ser capaz de vencer as pedras do caminho.

    Fiquem com Deus e até breve =D

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  2. pois é
    e o povo daqui esta todo anciado com a volta
    as meninas aqui do grupo da matriz
    e Rodrigo, eu imagino o quanto deve ser dificil pra voce a perda do note, baaaah, tanta, mas tanta coisa que tinha lá
    porem isso vai te desafiar a buscar tudo de novo
    apesar de que as fotos nao voltam
    esperamos anciosos
    té mais Kombatentes :D

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