quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

30º dia [31/01/09] 4º dia no FSM – Tribunal Popular, Betto, Comblin, Assembléia da Juventude, 50 anos de Cuba...

Pro café, comemos um pão com chimia, com um todinho-com-água-fria-e-leite-em-pó (segundo a Lila, extremamente sem-graça).
Logo após, a Daia (da PJ de Quilombo) fez uma entrevista conosco, para a rádio comunitária que ela trabalha, de lá.

TRIBUNAL POPULAR INTERNACIONAL

Na primeira atividade da manhã, participamos do Tribunal Popular Internacional, num julgamento simbólico contra a Criminalização dos Movimentos Sociais.
Foi bem bacana. Vários representantes de, várias organizações, deram seu depoimento. Gente da CPT, CIMI, povos indígenas, sindicatos, MAB...
É de se espantar – e de se indignar – com a perseguição que as pessoas sofrem por defender causas que vão contra o sistema dominante. Gente ameaçada de morte, com casa queimada, incriminada... Tem que ter coragem pra mesmo assim seguir lutando. Inspirador.

EDUARDO GALEANO? EMIR SADER?

Saímos antes do fim do tribunal para ir para a UFPA, na tentativa de ver a palestra de Eduardo Galeano (grande escritor uruguaio, referência para a esquerda. Autor de “Veias abertas da América Latina”).
Chegando no auditório programado, nada. Tinha outro evento. Orientaram a gente ir no centro de informações pedir. Caminhamos o campus todo pra chegar lá, e descobrir que o cara não viria. Merda, era bom demais para ser verdade...
Segunda opção: Emir Sader, professor da USP, grande referência para a esquerda brasileira. Chegando lá, tava superlotado. Tinha repórter na porta com o braço erguido para conseguir gravar a voz. Não dava pra ver nada. Desistimos. Estávamos o Tonho, a Iva, a Lilá, a Tábata e eu. O Dani ficou na UFRA.
A Lila foi no banheiro e tinha uma mulher trancada lá. Com seu inseparável canivete, a Lila deu uma de McGyver e abriu a porta. Oh, heroína!! :D
Ouvimos dizer que tinha uma palestra com o Boff naquela hora. E era ali perto. Fomos pra lá. Mas não era com o Boff, mas com o Betto, juntamente com José Comblin e outros 2, falando sobre Cuba e a Igreja.
Chegamos quando o Frei Betto estava terminando sua fala. E os demais falaram em espanhol. Deu pra aproveitar um pouco, mas tava meio desconfortável (quente e sentados no chão).
Legal que eles falaram que, hoje, os bispos não querem mais a volta do capitalismo, embora tenham críticas ao sistema atual. Mas querem continuar no socialismo.

ASSEMBLÉIA DA JUVENTUDE DO CAMPO E DA CIDADE

De lá, pegamos um busão pra UFRA e caminhamos para o NPI, pro Acampamento da Via, onde arecém tinha começado a Assembléia da Juventude do Campo e da Cidade, iniciativa da juventude da Consulta Popular de lá (quem convidou a gente foi um povo da PJ do Pará).
Teve umas falas de jovens de diferentes organizações: Consulta Popular, Levante da Juventude (RS) e MPA.
Algumas falas: “Nossa juventude foi a geração mais afetada pelo neoliberalismo”. “Nossa juventude não pode perder a capacidade de criar processos inovadores”.
E um grito de ordem que não conhecíamos: “Tombaram Che, tombaram Marighella. Só não tombaram a luta porque somos parte dela”.
Foi um momento bacana, diferente. Pena que muitos jovens não se interessaram e saíram durante. Talvez o debate foi muito avançado pra juventude que lá estava. E não teve espaço de grupos. Mas boa a iniciativa.

DESPEDIDA DO POVO QUE VEIO COM O CIMI

Voltando pro nosso acampamento, ajudamos o povo que veio com o CIMI (Solange, Daia, Xarope e João) carregar as malas até o busão deles, e nos despedimos, porque foram hoje.

50 ANOS DA REVOLUÇÃO CUBANA

Voltamos pro NPI, onde aconteceu a comemoração dos 50 anos da Revolução Cubana. Teve mística, fala da filha do Che, João Pedro Stédile... E, pra fechar, rasta-pé com música cubana! Não lembro o nome do ritmo, mas é tipo uma salsa. Demos uma enrolada em nossos pés, misturamos com xote e fomos pra pista! Não ficou muito bonito, mas deu pra se divertir.

MERDA, FURTARAM NOSSAS COISAS

Voltando ao acampamento, notei que a porta do lado do motorista estava destrancada. Demos falta, então, do notebook, câmera digital e duns pila (mais detalhes, vide postagem anterior). Foi foda. Revoltante.
Foi difícil dormir. Mas, com o apoio dos Kombatentes, a gente encontra forças pra seguir adiante.

2 comentários:

  1. Nada de ficar triste, nada de ficar de baixo astral!!!! olho pro horizonte!!! quanta coisa legal passaram por aí, né?
    E assim também a gente aprende...
    aprende que não tem tanta gente legal assim no mundo! tanta gente legal acolheu vocês mas tem os sem carater também! Sempre há uma lição por trás disso!!! mas a alegria, a viagem e o olhar para o horizonte ninguem tira de vocês!
    beijos e ótimo retorno!!!!

    ResponderExcluir
  2. ah, e façam um filme estilo miss sunshine né?
    bijosssss

    ResponderExcluir